Sociedade

Bom planeamento urbano ajuda a contrariar doenças mentais

Hoje as nossas cidades estão desenhadas para estarmos em casa, no trabalho ou no carro no trânsito, lentamente destruindo a nossa saúde mental. Se passarmos a planear cidades em torno das pessoas e das suas necessidades, podemos melhorar imensamente as nossas vidas.

Nada é preto e branco. Nada existe sozinho. É tudo um meio termo ligado ao que o rodeia. As nossas cidades não são apenas edifícios e estradas e os seus impactos não são apenas sobre os amortecedores dos carros. As consequências de mau planeamento urbano são bastante vastas e não são conhecidas pela maioria da população.

Estamos hoje condicionados a usar apenas o carro para irmos diretos a todos os nossos destinos. Não existem interações, pausas, aquecimentos ou arrefecimentos. Existe apenas a ligação direta. Provas não faltam das consequências negativas deste desequilíbrio em torno de uma busca por uma distorcida eficiência matemática de fazer “mais”. A riqueza dos contactos secundários, da exposição ao sol e vento, do tempo para descansar e divagar foi morrendo e no seu lugar ficou a pessoa sozinha parada no trânsito. Como resultado, problemas mentais foram proliferando e, lentamente, todas as facetas das nossas vidas foram sofrendo. Esta negação da nossa pluralidade e das nossas verdadeiras necessidades lentamente destruiu a diversidade que deveríamos ter.

Estima-se que em 2050, 68% da população mundial vá viver em cidades. Agora vejam como as nossas cidades estão desenhadas, como se fossem semeadas ao vento, e o que iria acontecer se tivessem ainda mais pessoas. Se não quisermos que as nossas cidades se tornem em cinzentas estagnadas distopias de prédios indistintos e estradas super largas, temos que atuar hoje. Verdadeiro planeamento urbano é importante e necessário, onde todas as facetas da população estão consideradas: a psicologia, o entretenimento, a economia, o ambiente, as ligações e tudo o que nós somos e vamos ser. É preciso tomarmos consciência dos danos que têm lentamente vindo a ser feitos às nossas vidas por termos cidades de apenas cimento e alcatrão e nada mais.

Mais carros, mais estradas e gasolina mais barata apenas vão piorar os nossos problemas. Temos que antes lutar por melhores vidas. Binárias são as máquinas, nós somos plurais.

Leituras extra:

Fontes:

Músicas usadas, por ordem de aparência:

Vídeos tirados de VideoBlocks.

Foto da miniatura do YouTube: Tj Holowaychuk, Unsplash.