Opiniões e comentários vêm acima de críticas. É mais fácil vender algo fulminante e sensacional do que algo trabalhado e valioso. A aparência atrai mais facilmente que o conteúdo. O título enganador, sozinho, vende mais que um bom artigo, bem escrito.
O “futebol” reina. Ou melhor, o drama em torno do futebol, porque de desporto há pouco. Reina o comentário repetitivo e clubista, cego e indiferente. Cada vez que há jogo, lá vai a SIC Notícias dedicar horas da sua programação a seguir a traseira da camioneta. A incrível viagem da camioneta do clube!
Os programas da manhã são o maior exercício em redundância, onde todos os dias se repetem as mesmas coisas, com as mesmas iterativas “bandas”, com o mesmo letárgico público. O cenário perfeito para vender medicação vitamínica e suplementar que acaba por ser pior para a saúde. Não só, mas agora comentam as notícias mais grotescas, gerando aquele comentário em frente á televisão de “Está tudo maluco!” quando, na realidade, o crime e a solução é muito mais complexo que aparentam. Mas para vender lixo, tudo serve para reter olhos!
Chega o noticiário e começa a prolongação morosa e destrutiva da informação, ao servir-nos apenas as mais sensacionalistas notícias da maneira mais grotesca. A notícia de abertura é a que gera mais burburinho e não a mais importante. É esticada até um horrível ponto de rutura, onde os canais exploram por quase meia-hora a mesma pepita de informação, entrevistando toda a gente do país, fazendo as mesmas parvas e desnecessárias perguntas. Os mesmos comentários de ontem e antes de ontem são novamente repetidos, as mesmas imagens mostradas com a mesma dramática narração. O choro das pessoas é repreensivelmente explorado, tudo para vender. Entretanto, a informação que importa, aquela que requer tempo para explicar, os doutores e aqueles que estão genuinamente informados no assunto são ignorados. Novamente, é mais fácil vender um velhote a chorar com uma música dramática de fundo, que gera uma raiva descontrolada, do que ouvir um doutor a falar sobre a verdadeira complexidade dos incêndios florestais (uma dica: os incendiários são o menor dos problemas).
É incrível como os canais de televisão são capazes de esticar 2 minutos de polpa de informação em seguimentos de 20 ou 30 minutos de sensacionalismo banal. A TVI é profissional nisto, com os seus repetitivos e vazios diretos, sempre a capturar o “drama”. Entregam esta informação de maneiras polarizadas e politicadas, onde exclusivamente apresentam os mais superficiais e finais factos sem dar um contexto. É regular os problemas do país serem complexos e dependentes de vários fatores. Mas, estranhamente, mesmo com 20 minutos e várias páginas dedicadas a esses problemas, conseguem apenas cobrir a sua face, não oferecendo grande contexto ou explicação ao que está a ser discutido. Apenas entregam informação fraca e meio distorcida. Entretanto, programas com melhor qualidade, mas menos bombásticos são empurrados para horários e canais menos vistos. O comentário vazio vale mais que a crítica construída.
Mais depressa se vende um viés odioso do que o conteúdo crítico
Na internet, que tomou as rédeas dos jornais, a degradação da qualidade também é notória. Se subscreveres ao boletim diário (newsletter) do Público, vais receber uma mensagem todos os dias que coloca a secção de opiniões imediatamente a seguir aos destaques. Mas o particular insulto vem na óbvia diferença que o Público atribui à opinião, em relação aos restantes artigos. Nesses boletins diários, artigos normais vêm apenas com o título, título esse que muitas vezes pouco nos diz sobre o artigo, e é bastante sensacional. Não escrevem o subtítulo ou dão contexto. És obrigado a clicar para saber sobre que é. Mas para as opiniões, as sempre muitíssimo importantes opiniões, já é colocada a foto de quem a escreveu, o título e algum contexto como o subtítulo.
O Expresso, tradicionalmente semanal, tem a sua revista E. Nela é relativamente comum verem-se artigos mais sobre personalidades do que sobre assuntos importantes, com algum jornalismo ou crítica. No entanto, mesmo com mais tempo entre publicações, muitos desses artigos, particularmente os de ciência, não são grande coisa. Alguns entrevistam investigadores num dos melhores centros de investigação do país apenas para escrever um texto com ciência muito básica, tendo em conta o tema. Outros artigos, sobre sexualidade, preferem navegar o sensacional, o aspeto, a superfície do assunto, retratando as pessoas envolvidas como unidimensionais. Os leitores, sem saberem melhor, assumem que são todos porcos ou putas. Melhores artigos, escritos mais honestamente, teriam incluído, por exemplo no caso da sexualidade, as críticas e explicações de psicólogos ou sociólogos da área, para darem mais contexto ao que está a ser explorado no artigo. Mas não. Fica-se pela sórdida superfície. Vende-se mais. Que se foda o respeito pela informação justa e honesta, vamos mas é vender sexo!
Quando se escreve um artigo sobre um complexo assunto mas escolhe-se apenas cobrir a mais superficial e sensacional parte, por omissão da restante informação, está-se a indicar que este artigo é um de julgamento popular, onde se fala sem nada saber, onde o ódio e a raiva pelo desconhecido ganham à crítica cuidada e com tempo.
O pouco bom conteúdo gerado em Portugal é, infelizmente, difícil de encontrar no meio do lixo. Considerem todas as pseudo-publicações online que surgem como satélites às principais, já mais estabelecidas. Estes sítios na internet servem apenas para gerar conteúdo em quantidade, quase sempre muito pobre em valor e muitas vezes errado. Não há, no entanto, muito mais a dizer sobre essas “publicações” pois elas próprias pouco mais que nada são. Lixo talvez.
Toda esta pobre cobertura de acontecimentos é agravada pelo facto de apenas se cobrir aquilo que de errado acontece. Apenas se cobrem os crimes, os acidentes, as corrupções e os dramas. Todo o resto de positivo neste país é ignorado e descartado pois não retém tão bem a atenção. Não só, o que é coberto, é feito de uma maneira abismal, meramente superficial.
Não existe mais jornalismo, existe apenas a produção de conteúdo em massa. “A opinião que conta”.
O jornalismo é raro ou inexistente, os salários favorecem as “estrelas”
É regular, quando vemos histórias que revelam nova informação, que essa informação tenha vindo de associações ou outras fontes, e não de jornalismo. Dar meses e liberdade a jornalistas para eles seguirem informação que pode não resultar em nada é uma prática que já não existe em Portugal. Aliás, está a morrer pelo mundo fora. Agora, o que é comum é apressar a história, e negar o trabalho a longo prazo, que é menos lucrativo.
Mais depressa fazem jornalismo as associações de trabalhadores ou de proteções de direitos, onde agregam as vozes mais próximas do problema e o expõem. Trabalho esse muito próximo do de jornalismo. Às publicações fica o trabalho mais fácil, de relatar o que outros dizem, de repetir.
Agora temos câmaras de eco, de ressonância, em vez de termos buscas pela informação. Jornalistas e repórteres que repetem, mas não têm a autoridade para procurar mais do que isso. Não só, mas também não são pagos para isso, com uma segurança laboral quase inexistente, contratados a recibos verdes e com salários baixos. Para piorar este já grande insulto, é regular os pivots das televisões e os gestores dos jornais receberem salários muito mais altos que os restantes, sendo que uns poucos recebem mais que os demais. Argumentam a queda nas receitas, mas não nos bónus, aparentemente.
Outro particular problema é como se consegue notar que, em vários artigos, jornalistas que não dominam o tema foram colocados a cobri-lo. Ou seja, criam-se peças pouco desenvolvidas e com erros. No entanto, este problema seria facilmente evitado se mais estabilidade existisse na profissão, para dar tempo ao treino e aperfeiçoamento de diferentes temáticas. Um texto fácil de ler é um texto difícil de escrever. Temos que dar tempo a quem precisa dele, com uma equilibrada dose de stress e ambição, e não uma forçada busca por um nada vazio e caduco.
E, tendo em conta que as maiores publicações se encontram em Lisboa, a sua cobertura foca-se maioritariamente na capital, nos seus problemas, nas suas pessoas e na sua governação. O resto do país surge apenas quando algo muito destacado acontece, quando algum crime particularmente grave ocorre. Falam da capital como se do país se tratasse, onde os seus problemas são assumidos iguais no resto do país.
Num país cheio de pessoas e alternativas, estranhamente, apenas são cobertos os mesmos problemas, da mesma maneira, com as mesmas pessoas, dia após dia. É mais fácil vender o Presidente da República a falar sem nada dizer do que dar atenção a um doutor formado na área em questão para dar uma melhor explicação e contexto.
O outro lado da moeda: sabemos que é mau, mas continuamos a consumir
No entanto, no meio de tanta óbvia podridão, continuamos a consumir todo este péssimo conteúdo. Os sites portugueses mais visitados em Portugal são também conhecidos como os mais podres e reles, com a pior qualidade de informação: o Correio da Manhã, a Bola e o Record. A CMTV, por mais nova que seja, já é o canal pago mais visto em Portugal. Dos públicos, é a TVI, com uma programação também muito débil e regularmente sensacional (e errada). E quanto aos jornais que ainda são comprados, o Correio da Manhã volta a ter liderança.
Numa sociedade com uma grande influência capitalista, onde a compra define o percurso a seguir, somos nós que temos mais responsabilidade neste problema. Somos nós que compramos os piores jornais. Somos nós que passamos horas em frente à televisão num estado vegetativo a ver a pior das programações possíveis. Somos nós que partilhamos artigos nas redes sociais sem sequer os ler. Somos nós que comentamos notícias, não com base no seu conteúdo, mas com base nas nossas projeções e inclinações, onde completamente ignoramos o objetivo do artigo para afirmarmos o nosso viés.
A culpa de termos paupérrimos média em Portugal é única e exclusivamente nossa.
Somos nós que não pagamos pelo que lemos e ainda usamos bloqueadores de anúncios. Isto leva a que, para se manterem a funcionar, as publicações tenham que jogar com as nossas artimanhas e maximizar o número de cliques para tentar gerar algum tráfego. Inundam os seus sites e jornais com anúncios e, por vezes, escondem publicidade como um artigo. Esta prática é, infelizmente, cada vez mais recorrente. Como nós também partilhamos nas redes sociais artigos sem os lermos, as publicações também vêm um incentivo económico em criar títulos sensacionalistas porque já sabem que vão atrair atenção, quer eles correspondam ao conteúdo ou não.
Isso traduz-se num fraco e processado consumo de pobre e limitada informação. A ironia encontra-se no facto de termos hoje acesso à melhor informação que alguma vez tivemos, vivendo num mundo incrementalmente complexo. Seria de esperar que, com todos estes acessos, exigíssemos melhores média, mas não. Acabamos por sentir medo do novo complexo e assustador mundo e escolhemos nos recolher a posições confortáveis, evitando confrontar novos problemas ficando-nos pela resignação que “em Portugal são todos assim, não vale a pena”. É mais fácil partilhar só o título e assumir que são todos uns corruptos do que dedicarmos tempo e atenção para vermos que o problema é afinal mais complexo do que aparenta e que nós próprios compactuamos com ele.
A sociedade mudou, mas o indivíduo regrediu
De um certo ponto de vista, podemos dizer que a sociedade está a passar por uma adolescência e que eventualmente vai crescer. Passamos de um mundo mais pequeno e fechado para um quase instantaneamente ligado a toda a hora: a nossa puberdade, onde tudo mudou. Antes andava-se mais devagar e sabia-se menos do mundo, havia um maior peso no grupo de pessoas imediatamente à nossa beira. Sim, haviam notícias falsas e lágrimas de crocodilo, como sempre houveram e sempre haverão, mas numa escala menor e muito menos agressiva. Havia mais tempo para adaptar. Agora, com a explosão que o mundo desenvolvido viu no pós 2ª Guerra Mundial, tudo à nossa volta aumentou de tamanho e de intensidade. Hoje temos notícias a toda a hora, em todos os ecrãs, em todos os dispositivos, de todas as maneiras, com som, com vídeo ou só texto. Somos notificados sempre que algo acontece e não podemos viver as nossas vidas sem que o mundo nos interrompa. Tudo acontece demasiado rápido, sem tempo para digestão, quanto mais interiorização. Quase como uma adolescência.
Ao termos um muito maior acesso ao mundo, começamos a aprender muito mais dele. Só que, como as melhorias na nossa educação não nos prepararam para o pensamento crítico necessário, fomos nos deixando levar por falsidades. Acabamos por achar que sabemos mais do que realmente sabemos. Aqui entra a importância do “só sei que nada sei”. Partilhamos sem ler e falamos sem saber. Nunca admitimos os nossos erros, mas de bom grado apontamos os dos outros, reais ou não. E se alguém nos critica ou discorda, assumimos uma posição defensiva, como se de um combate se tratasse, como se fôssemos adolescentes, ainda em desenvolvimento.
Somos cada vez mais preguiçosos e intitulados, complacentes e conformistas, à espera que tudo nos seja dado. Políticas de identidade tornaram-nos em indivíduos sozinhos numa sociedade, onde é priorizado o nosso singular bem-estar em detrimento do comum. A sociedade morreu e, numa vitória pírrica, o individualismo conformista ganhou.
Chama-se liberdade de imprensa, não libertinagem na corrida até ao fundo do barril
A liberdade tem limites. A nossa liberdade acaba quando começa a do próximo. O mesmo se aplica à liberdade de imprensa, onde quando publicações começam a roçar no limite do aceitável, perdem essa liberdade e as suas proteções. Os exemplos intoleráveis em Portugal são imensos como o caso dos jornalistas pagos pelo BES, do Correio da Manhã usar drones para filmar funerais (aliás, todo o CM é reprovável, em geral), a TVI emitir reportagens repletas de erros e imensos outros casos. O fio comum a isto tudo é a maneira pútrida como publicações usam sensacionalismos e hipérboles nojentas em assuntos delicados, tudo para vender. “O drama, a emoção, a dor alheia a não perder!”. Já por isso existe uma página dedicada a esse problema, de tão grande e sério que é.
Mudanças drásticas são necessárias. Temos que encontrar um equilíbrio entre o passo mais relaxado de antigamente e a interligação completa de hoje. Não é preciso voltarmos completamente à natureza, mas também não temos que viver a 100% na internet. A sociedade vai ter que se realinhar numa maior sustentabilidade de conhecimento pois, à medida que avançamos em direção a um quinto império, não o podemos fazer de uma maneira descarrilada. A maneira como nós aprendemos o mundo e nós próprios tem que mudar. De igual modo, o mundo e nós próprios também têm que mudar.
Primeiro, nós. É incontornável que a nossa educação tenha que melhorar. Como população e sociedade, temos que melhorar, drasticamente. É absolutamente imperativo que comportamentos ignorantes como partilhar sem ler parem. Projetar os nossos ódios em assuntos que desconhecemos também é algo que deve parar. Somos nós que construímos o mundo, mais ninguém. É com os inúmeros pequenos gestos do nosso dia-a-dia que lentamente moldamos o mundo que nos rodeia. Quando esses pequenos gestos são maioritariamente superficiais e vazios, criamos um mundo igualmente vazio, desprovido de valor. Quando preferimos ler títulos em vez de notícias, quando preferimos falar sem saber, quando preferimos perder tempo a ver o presidente a abraçar populares em vez de percebermos o problema estamos a mandar uma mensagem muito forte: podemos ser manipulados muito facilmente com as mais brilhantes distrações. Exijam mais de vocês e dos que vos rodeiam.
E quando falarem de Portugal, aprendam de Portugal. Com a globalização da língua inglesa e da internet, é muito fácil lermos artigos sobre problemas no estrangeiro, e assumirmos que são iguais aqui. É mais fácil ler sobre o estrangeiro e o criticar, pois não temos nenhuma responsabilidade nisso. É indiferente. Mas quando falamos de Portugal, já existe peso no que dizemos, pois é onde vivemos. Já por isso se vê muita conformidade e resignação, porque é mais fácil apontar o dedo ao que acontece lá fora em vez de enfrentarmos os problemas à nossa frente. Sim, aprendam com os erros de lá de fora, mas não assumam que o mesmo se passa em todos os países. Como tal, é imperativo que, para Portugal evoluir, a sua população saiba de si, e não do país vizinho ou de informações falsas e sensacionais. Para isso, temos que procurar os bons média neste país e os suportar (são pequenos, mas existem). Visitar o site não chega. É preciso pagar pelo bom que aqui se faz. Temos que ler mais e melhor sobre o nosso país, sobre quem somos e sobre o que fazemos. E, sempre sem esquecer, um país não é apenas a sua capital, um país é todo ele.
Resumidamente, aprendam. E quando acharem que já aprenderam o suficiente, aprendam mais um bocado. Apoiem bom jornalismo e ignorem a venda superficial. Façam perguntas primeiro e evitem falar sem saberem. Não tenham medo de admitir ignorância sobre um assunto e não se deixem levar por claras hipérboles dissimuladoras. Desliguem as notificações constantes, não são necessárias e apenas distraem. Não abram a secção de comentários, rarissimamente vai ter algo digno de ser lido. E simplesmente deixem de obter notícias dos canais de televisão, é mais entulho disfarçado do que informação (o mesmo se aplica a tudo que é relacionado com o CM e a TVI). O mesmo se aplica a jornais e publicações que criam mais erros que notícias, deixem de os seguir ou visitar.
Quanto às publicações, se os leitores fizerem o seu trabalho e deixarem de incentivar mau conteúdo, é apenas natural que as publicações deixem de o fazer. Independentemente, já existem regras de ética básicas a serem seguidas no jornalismo. As publicações só têm que se relembrar daquilo que supostamente as rege. O governo, por outro lado, é que pode alterar vários aspetos para prevenir e multar má informação. Médias que regularmente recorrem a sensacionalismos ou mesmo falsidades devem ser multados. Continuando esse comportamento e podem deixar de poder operar por completo. Existem vários casos em Portugal onde grandes médias regularmente e claramente cometem estas mentiras.
No entanto, apenas multar não leva a nenhuma melhoria. É preciso que o estado lidere por exemplo. Ou seja, da mesma maneira que as infraestruturas de televisão são em parte suportadas pelo estado, ele pode também suportar jornalismo. As infraestruturas online das publicações podem em parte serem também comparticipadas pelo estado. De similar modo, os média estatais podem deixar de pagar recibos verdes aos seus trabalhadores e lhes dar uma maior segurança laboral para que possam melhor fazer o seu trabalho e dar o exemplo de bom jornalismo.
Continuando com a motivação pela positiva, o estado pode dar mais um passo ao criar uma equipa de jornalistas, não diretamente ligada a nenhum jornal, que funciona independentemente e que tem como singular função investigar o melhor que conseguir os mais importantes temas do país. Este grupo de jornalistas poderia depois distribuir esses dados pelos média nacionais, sem custos, assumindo que esses média estejam interessados. Caso alguma publicação tenha sido previamente multada, não teria acesso a este grupo de jornalistas.
Sim, muitos de vocês por esta altura já estão a ruminar palavras, a pensarem no “ingénuo anjinho que se tem de ser para acreditar em historinhas”. Mas o que é certo é que a atual situação é deplorável e insustentável e novas medidas são necessárias. De todos nós. Estas aqui apresentadas são apenas algumas. Outras pessoas terão mais. Vários média pelo mundo fora decidiram passar a usar o fundo do barril como referência. Nós deixamos isso acontecer e ainda ajudamos a queda. Tudo isso numa gentil e deliberada caminhada, auxiliada por um abuso na desgovernação, em direção ao vazio superficial. Existe bastante culpa para distribuir por todos nós.
E não, isto não é um apelo ao retorno a censura autoritária. Extremos não são sustentáveis. Isto é um pedido para retornar a um equilíbrio, onde as piores práticas são agressivamente desfavorecidas em favor de melhor qualidade de informação. Uma criação de um equilíbrio que ainda não existiu. Se nós continuarmos neste caminho, aquilo que nos separa dos restantes animais vai sendo erodido. Todos “lemos” as notícias. Todos somos “educados”. Todos somos gentilmente manipulados.
E como um último ponto neste artigo, chamem doutor a quem é doutor. Por favor, respeitem a educação das pessoas e não usem esse termo como se a todos se aplicasse. Isto não é o Prós-e-Contras.